Quando pensamos em mudar de país, muitas são as motivações que alegamos: busca de melhores oportunidades financeiras e de carreira, acompanhar cônjuge ou parceiro em uma mudança, oportunidade de estudo fora do país e fuga da situação econômica brasileira.
O que muitas vezes não levamos em conta são as motivações inconscientes que nos levam a tomar decisões. Uma das que mais pesa para quem se decide pela expatriação é a fuga. Acredita nisso?
Em uma pesquisa conduzida por mim com psicoterapeutas que atendem a expatriados, um dos principais temas que apareceram como motivações das quais os pacientes não se dão conta é o uso da expatriação como fuga. É uma tentativa de fugir da família, de pessoas e situações aversivas no país de origem, buscando se distanciar de sua realidade ao se abrigar em uma imagem fantasiosa e idealizada da expatriação.
Muitos expatriados buscam uma separação da famílias de origem para a construção de sua identidade, muitas vezes buscando também a separação das próprias figuras de mãe e pai. Eles têm, contudo, dificuldade de fazer esse processo de maneira simbólica, estando no mesmo espaço físico. Através da expatriação, essa separação pode se dar de maneira concreta, materializada no distanciamento geográfico.
Algumas pessoas se sentem excluídas em seu próprio local de origem, procurando buscar a sensação de pertencimento em outros lugares do mundo.
E você? Será que a fuga também é uma das motivações que alimenta seu desejo de expatriação?
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